Cerca de 36 mil toneladas. Essa foi a quantidade de lixo retirada da Rocinha em 2013 pela COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza Urbana). Apesar de a coleta ser regular, o volume de resíduos sólidos que estão espalhados por toda a comunidade assusta os moradores. Todo esse lixo, que não é retirado, pode ser o ponto de partida para algumas doenças, como infecções de pele, hepatite A, leptospirose e dengue.



“O lixo muitas vezes acaba atraindo animais, como gatos e ratos. E isso gera uma contaminação do local onde estão esses resíduos. Às vezes, uma pessoa machuca uma unha e acaba encravando, ai temos que fazer drenagem, para tirar o líquido que fica. Também temos muitos casos de pacientes contaminados por hepatite A, que é transmitida pela contaminação da água pelo lixo ou pelo esgoto”, explica.
A médica também destaca que atende, com freqüência, a casos de mordidas de rato. Para evitar o problema, Cássia faz um alerta para que as pessoas não coloquem rações para gatos perto de casa, pois isso pode atrair ratos.
Para diminuir as doenças, a médica aposta em um esforço coletivo de toda a comunidade. “É preciso educar a população para não jogar lixo nas ruas, colocar mais caçambas em pontos da comunidade e também melhorar a coleta de lixo”, aconselha.
Em nota, a assessoria da COMLURB informa que para garantir a limpeza e a coleta de lixo na Rocinha disponibiliza 91 garis e um agente de limpeza urbana. Ao todo, são cinco contêineres para depósito de lixo. Ainda segundo o comunicado, a empresa reconhece a necessidade de aumentar os pontos de coleta de lixo e infoma que em breve esse número será aumentado.
“É preciso educar a população para não jogar lixo nas ruas” – Cássia Kirsch Lanes
Já a Secretaria Municipal de Saúde informa que não há consolidação dos dados de hepatite A na Rocinha e que não existem estatísticas de pessoas com infecções de pele. Em 2013, a Rocinha teve um caso de leptospirose confirmado, segundo dados da Secretaria.