34 moradores da Rocinha estão infectados com o novo coronavírus, o covid-19, segundo dados do Painel Rio Covid-19, atualizado nesta segunda-feira (13). Mais da metade dos casos já confirmados do vírus em favelas do município do Rio de Janeiro estão localizados na Rocinha. No total, são 66 casos confirmados nas favelas do Rio. A segunda favela com mais casos é Manguinhos, na zona norte da cidade, com 9 casos confirmados.

Não há detalhes sobre o estado de saúde ou localidades onde moram as pessoas que tiveram diagnóstico positivo para o coronavírus, pois a divulgação dessas informações expõe e fere o direito à privacidade dos pacientes.

O Fala Roça lançou um monitoramento diário do covid-19 na Rocinha com base nos dados divulgados todos os dias pela Prefeitura do Rio. Os dados sobre o território mostram a evolução dos casos confirmados, os óbitos e moradores que conseguiram ser recuperados. O gráfico apresenta a quantidade de casos confirmados por dia e dá para ter noção da gravidade do contágio do coronavírus.

Segundo um estudo feito por Robin Thompson, pesquisador da Universidade de Oxford especializado em matemática biológica, cada indivíduo contaminado poderia infectar com o novo coronavírus de três a cinco pessoas. Ou seja, se até o momento são 34 moradores infectados, a projeção estima pelo menos outras 170 pessoas infectadas que podem apresentar sintomas leves, moderados e graves nas próximas semanas.

Ajuda federal

Na sexta-feira passada (11), a Associação de Moradores da Rocinha participou de uma reunião com autoridades públicas de saúde e associações de moradores de outras favelas do Rio, no Riocentro, zona oeste da cidade, para debater as ações preventivas que estão sendo tomadas nos territórios. Na reunião, o prefeito Marcelo Crivella disse que gostaria que o governo federal levasse o plano piloto de um projeto à Rocinha.

O plano a que o prefeito se refere foi mencionado pelo ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, em uma coletiva de imprensa no dia 8 de abril. Segundo Mandetta, um plano está sendo construído para frear o avanço do coronavírus em favelas do país. “A saúde dialoga, sim, com o tráfico, com a milícia, porque também são seres humanos e precisam colaborar, ajudar, participar. Então, neste momento, quando a gente faz esse tipo de colocação, a gente deixa claro que todo mundo vai colaborar (no combate à covid-19)”, disse o ministro.

Em nota, a pasta disse que “este plano está em análise e desenvolvimento no Ministério da Saúde. Assim que for concluído divulgaremos os detalhes”. Segundo fontes do planalto, três favelas cariocas podem receber o projeto piloto por causa do número de habitantes e visibilidade nacional. Além da Rocinha, são elas: Complexo do Alemão e Complexo da Maré.

Reportagem em atualização*
Foto de capa: Marcus Costa


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