Editorial: A política da bica d’água na Rocinha

Toda favela tem um político que se aproveita das lutas e conquistas dos moradores. Em ano eleitoral, o clientelismo acontece com frequência.
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Na Rocinha dos anos 50, o vereador mais votado foi Amando da Fonseca. Em muitas vindas à Rocinha, as crianças iam atrás dele gritando: “Amando da Fonseca, perna fina e bunda seca”. Ele era o rei da inauguração de bicas de água. Isso te lembra algo? 

Toda favela tem um político que se aproveita das lutas e conquistas dos moradores. Em ano eleitoral, o clientelismo acontece com frequência. O clientelismo político é quando políticos trocam favores ou benefícios por votos e apoio, como se fosse um “toma lá, dá cá” entre eles e os eleitores.

Vocês verão diversos políticos caminhando pelas principais ruas da Rocinha sem nenhuma ligação com o morro. Eles tentam falar como nós, andar como nós, mas nunca serão nós. Somos forjados nas dificuldades. Não somos bobos. A favela pensa política. A favela tem as soluções. As favelas tem as respostas para resolver os problemas da ‘Cidade Maravilhosa’.

Desconfie de propostas políticas sem a participação do povo. “Com o seu voto, eu vou fazer isso e aquilo”. É mentira! Não se faz política sem a participação do povo! Assim como não se faz jornal na favela sem a participação do povo. 

Nesse jornal impresso você vai ler (e ver) várias reportagens maneiras feitas com os moradores. Falamos de turismo, cultura, juventude, emergências climáticas, personalidades, e também, mostramos como as quedas de energias causam prejuízos aos moradores. Ainda nessas páginas, leia sobre o Plano Diretor da Rocinha. Não sabe o que é isso? É o futuro da Rocinha para os próximos 10 anos.

Tenham uma boa leitura!

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