
Pontos culturais movimentam mais de R$ 15 mil na economia criativa da Rocinha
Projetos socioculturais arrecadaram cerca de R$ 1.000 durante evento com estandes instalados no terraço da Biblioteca Parque
Pelo segundo ano consecutivo, os pontos de cultura da Rocinha movimentaram a economia criativa local da maior favela do Brasil. Com mais de 3 mil pessoas em dois dias do evento, não há como negar que o Viradão Cultural da Rocinha é um sucesso. Arte, história, identidade, juntos em um grande palco ao ar livre, com mais de 43 atividades gratuitas espalhadas pela Biblioteca Parque.
O festival gerou um impacto econômico de mais de R$15 mil para os 15 pontos socioculturais selecionados com barracas de venda de produtos, arrecadando cerca de R$ 1.000, em média, cada estande. Evelyn Vital, de 29 anos, fundadora do Evy Festeira, foi uma das pessoas que bateu a meta pretendida. Com um estande de algodões doces e pipocas gourmet, ela adoçou o evento de forma inovadora.

“Acho que foi um valor legal. [O evento] foi uma oportunidade de conhecer pessoas, que eu só via de vista [no morro]. Essas pessoas também puderam conhecer um pouco do meu trabalho. As pessoas viram a gente lá, tentamos mostrar presença e também a diferença. Foi bom porque traz muita credibilidade e visibilidade para o meu trabalho”, conta Evelyn.
A quantia arrecadada, ela diz, já tem um destino mais que especial: uma ação social para crianças realizada no mês de março de 2026. O evento do projeto Evy Festeira é gratuito e conta com o apoio da comunidade para garantir um dia de lazer para as crianças.
Outro projeto cultural que alcançou o objetivo foi a Cia Livre de Dança. Eles arrecadaram mais de R$1500. O dinheiro ajudará o grupo a competir no DanzAmerica, evento internacional de dança na Argentina.
Uma das clientes que passou pelo estande da companhia de dança e ajudou a bater a meta foi Rayanne Silva, de 15 anos, cria da Rocinha. Durante o evento, ela comprou algodão doce, pipoca e ainda o ‘Caldinho com Afeto’, do projeto Cia Livre de Dança, fomentando a economia criativa.
“Amei estar mais uma vez no Viradão Cultural da Rocinha. Foi melhor do que o do ano passado. Pude ver, provar e aprender coisas novas. Valeu muito a pena gastar um pouco de dinheiro e experimentar tanta comida gostosa”, destaca a moradora. “Tem comida que você só consegue provar aqui [na Rocinha]. O caldo de aipim com calabresa e bacon não tinha igual, estava maravilhoso”, completa.
A Economia Criativa é um setor que gera e transforma criatividade, cultura e inovação em valor econômico, produzindo renda e empregos. Segundo o Ministério da Cultura, a economia criativa brasileira é responsável por 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB), que é o valor total de bens e serviços produzidos no país. O ramo emprega em torno de 7,5 milhões de brasileiros em mais de 130 mil empresas formalizadas.





