Levantamento: Um olhar sobre política na Rocinha
Um levantamento realizado pelo Jornal Fala Roça mostra que os moradores da Rocinha não estão nem um pouco satisfeitos quando o assunto é política. 93,6% dos participantes se dizem mal ou muito mal representados pelos políticos atuais. A pesquisa foi feita com 155 moradores da Rocinha, entre os dias 18 e 22 de fevereiro de 2021.
Perguntados sobre qual nota dariam ao governo federal, 58,1% responderam nota 0, enquanto 1,9% avaliaram com nota máxima. Sobre o desempenho do governo estadual, 47,1% atribuíram nota 0, enquanto nenhum morador deu 10. Já no âmbito municipal, sob a nova gestão de Eduardo Paes, 23,2% responderam com nota 0, contra 1,3% de nota máxima.
Na visão dos entrevistados, 48,4% acreditam que uma figura que venha da favela pode fazer uma política melhor do que a atual, enquanto 16,1% dizem que será muito melhor que a atual, contra 18,7%, que acreditam que será igual a atual. A expectativa dos entrevistados em relação ao futuro da política brasileira é razoável. 36,1% acredita que vai melhorar, 36,1% pensa que vai permanecer como está e 32,3% veem uma piora para o futuro.
Outros pontos levantados na pesquisa são referentes ao que os entrevistados consideram como atos de corrupção. Todos os entrevistados acreditam que desviar dinheiro público é um ato corrupto. 98,1% pensam que um candidato oferecer algum benefício em troca de voto também é corrupção, contra 1,3% que vê o contrário e 0,6% dos entrevistados não sabe. Questionados se o recebimento de algum benefício para votar em um candidato pode ser corrupção, 71% acreditam que sim, enquanto 21,9% consideram que depende; já 7,1% disseram que não. “Político que rouba, mas faz”:41% afirmam que a atitude é péssima; 21,9% são indiferentes e 29% disseram que é ruim.
O Fala Roça perguntou se a participação em iniciativas da sociedade civil pode contribuir para o combate à corrupção. 38,7% afirmaram que concordam plenamente, enquanto 49,7% concordam em partes e 11,% disse não concordar. O principal problema do Brasil é a corrupção. Partindo dessa afirmação, 60,6% afirmam concordar plenamente; já 34,8% concordou em partes e 4,5% não concordou. A corrupção aumenta os efeitos da desigualdade social. 92,3% concordam plenamente, contra 7,7% que concordam em partes. Por último, o jornal quis saber se os moradores de favela são os mais prejudicados pela corrupção, em detrimento de famílias de classe média. 81,9% concorda que são os mais afetados; já 16,8% está de acordo em partes; e 1,3% disse não concordar.
Uma análise mais abrangente sobre essa falta de representatividade e necessidade de renovação está disponível. Confira aqui: Quem nos representa? Um olhar da Rocinha sobre política, representatividade e corrupção.