Com restos de tecidos e plásticos, moradores fazem desfile de moda na Rocinha

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O Ecomoda, projeto da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas), apresentou, nesta quinta-feira (27/1), desfile de moda na Rocinha, onde atua com moradores locais. O evento contou com a participação de 13 modelos, que são moradores locais.

A iniciativa, que está inserida no projeto Comunidade Recicla, capacita gratuitamente moradores de favelas a confeccionar roupas, bolsas e acessórios a partir do reaproveitamento de tecidos, retalhos, jeans usados, dentre tantos outros objetos que teriam como destino a lata do lixo. O projeto também tem o objetivo de promover a geração de renda local.

“Já passamos por mais de 30 locais com o projeto, que nasceu na Mangueira. O Ecomoda surgiu a partir da necessidade de se pensar em projetos de capacitação na comunidade a partir dos resíduos. É um papel que a Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade tem orgulho de desempenhar com a população jovem”, afirma o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha.

Desfile ocorreu na localidade Roupa Suja, na boca do Túnel Zuzu Angel. Foto: Fabiano Veneza

Criado no ano de 2012, o Ecomoda conta atualmente com dois polos no Rio de Janeiro, um na Rocinha e outro no Complexo da Maré. Até o ano de 2020, o projeto já havia recolhido mais de 10 mil toneladas de tecidos que seriam jogados no lixo. Este foi o primeiro desfile apresentado desde o início da pandemia.

“Na maioria das vezes, as políticas públicas são pensadas a partir de uma perspectiva hétero e cisgênero, mas o projeto ajuda a mudar essa realidade. É uma iniciativa que dá visibilidade e oportunidades para a população LGBTQIA+. A roupa é a grande ferramenta de construção de identidade dessas pessoas”, explica o coordenador do Ecomoda, Amir França.

Para Thabata Carvalho, modelo, mulher trans e moradora da Rocinha, a iniciativa foi uma oportunidade de se encontrar no mundo da moda ao mesmo tempo em que se encontrou. “Acho importante a visibilidade que o projeto dá, não somente para o papel ambiental, mas também para todas as pessoas que estão envolvidas. Aqui estamos entre amigos”, comenta.

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