
Conferência: painelistas debatem a importância da mídia local para promover a democracia e o desenvolvimento sustentável
'O jornalismo local, em contraste com a comunicação digital, fura bolhas de concordância e amplia o repertório de um território', pontuou Artur Romeu, da RSF
Na manhã deste sábado, 1º, bolsistas e comunicadores convidados ouviram sobre o papel do jornalismo local na promoção da democracia e do desenvolvimento sustentável, além de como pensar novos caminhos e acessos para o jornalismo local. A mesa faz parte da 3ª Conferência de Jornalismo de Favelas e Periferias, que ocorre na Rocinha.

O primeiro painel do dia foi mediada por Paulo Talarico, da Agência Mural, e teve contribuições de Artur Romeu, diretor da organização Repórteres Sem Fronteiras, e Ieva Lazareviciute, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Ambos abordaram como o jornalismo local se torna valoroso em uma conjuntura em que as fake news atacam as democracias de forma cada vez mais latente.
Ela destacou a importância do consumo de um jornalismo que seja de fato de qualidade e dialogue com a realidade da população. A assessora de desenvolvimento territorial também salientou o fortalecimento da participação social em diferentes temáticas, considerando a proximidade de atingir os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável até 2030.
Ieva também pontuou caminhos, como unir espaços de diálogos para que todos possam estar na mesma mesa de decisões e soluções.
“Hoje, observamos uma erosão de espaços de diálogos diferenciados, diálogos esses que chegam em soluções. A comunicação digital traz uma fragmentação de pontos de vista. Por isso, jornalistas como vocês [bolsistas e comunicadores presentes] são essenciais para compartilhar a bolha do que é viver a vida como ela é. Até porque desenvolvimento sustentável também são direitos humanos, sociais e políticos”, afirmou Ieva.

A Repórteres Sem Fronteiras é uma organização internacional que preza o direito à informação. O diretor Artur Romeu sinalizou que o jornalismo é como um catalisador de acesso a direitos e destacou as iniciativas de comunicações locais como ferramentas de rompimento de bolhas informativas. Ele também salientou a importância do acesso a fomento público.
“O jornalismo local em contraste com a comunicação digital furam bolhas de concordância e amplia o repertório de um território. Porque nem sempre aquilo que engaja tem a ver com a relevância pública. Nesse sentido, o jornalismo de proximidade é um promotor de coesão social e fortalecimento democrático.”





