Papel da cultura no enfrentamento da crise climática nas favelas é tema de debate no Viradão

Mesa reuniu lideranças comunitárias e ativistas para discutir alternativas sustentáveis e os impactos da crise climática nos territórios populares

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Em ano de COP30, o Viradão Cultural da Rocinha reuniu lideranças de coletivos ambientais do território para discutir justiça climática. A mesa “Justiça climática e território – Como artistas e coletivos locais enfrentam os impactos da crise climática nas favelas e propõem alternativas sustentáveis” abriu as atividades do 2º dia de evento, que acontece neste domingo (14).

Mediada por Charlie Gomes, a mesa de debates contou com a participação de Flávio Gomes, coordenador do Horta na Favela, Rose Firmino, professora e voluntária do coletivo Amigos do Parque Ecológico da Rocinha, e Michel Silva, jornalista e co-fundador do Fala Roça. Entre os tópicos abordados, discutiu-se sobre o enfrentamento da crise climática nas favelas e a promoção da sustentabilidade.

Por meio da horticultura, Flávio Gomes defendeu a unificação de lideranças populares para criar soluções independentes sobre problemas ambientais na comunidade. “As lideranças têm um papel fundamental em mostrar aos moradores que sustentabilidade é cuidar do nosso planeta e da nossa espécie”, destacou, citando mutirões realizados na Rocinha, como o de limpeza de valas da região.

Flávio Gomes, fundador do projeto Horta na Favela, debatendo no Viradão Cultural da Rocinha 2025. Foto: Daniel Grehs

Editor-chefe do jornal, Michel Silva refletiu sobre a falta de saneamento básico nas favelas e abriu provocação sobre o papel do jornalismo comunitário. “A falta de água na Rocinha é um problema antigo”, destacou como exemplo. “O nosso papel enquanto jornal comunitário é investigar o problema e traduzir ele de forma didática para o morador.”

Michel Silva, diretor institucional do Fala Roça, no Viradão Cultural da Rocinha. Foto: Daniel Grehs

Rose Firmino, do Amigos do Parque Ecológico da Rocinha, destacou a importância da educação ambiental e do controle de narrativa sobre o próprio território: “Justiça climática é também reconhecer que temos conhecimento tecnológico e social. Precisamos ter controle da narrativa do nosso território, porque para quem está lá fora, vai culpar quem está dentro. E quando o poder público não chega lá em cima, quem faz a diferença? Somos nós.”

Rose Firmino, integrante do projeto Amigos do Parque Ecológico, debatendo no Viradão Cultural da Rocinha 2025. Foto: Daniel Grehs

Texto: Danilo Castro, Voz das Comunidades, parceiro Viradão Cultural da Rocinha

Edição: Tatiana Lima, Fala Roça

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