Feira de economia criativa traz diversidade de produtos e impulsiona empreendedores de favela no Viradão da Rocinha

Evento reuniu empreendedores locais, escritores e moradores em torno da cultura, da culinária e da produção sustentável

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Exposição de livros, gastronomia sustentável e diversos empreendedores de favela. Na 2ª edição do Viradão Cultural da Rocinha, que aconteceu neste fim de semana, a economia criativa do território foi destaque. Iniciando no segundo andar da Biblioteca Parque da Rocinha, a feira foi definida como um “sucesso” pelos participantes.

Feira de economia criativa movimentou a 2ª edição do Viradão Cultural da Rocinha. Foto: Daniel Grehs

Entre os expositores estava Marinete Silva, responsável pelo projeto Cozinha de Mãe, que resgata saberes da infância e aposta no aproveitamento integral dos alimentos. “É um legado que trago há mais de 35 anos. Aqui, nada se perde. A geleia de maracujá leva casca, semente e polpa. Fazemos também doce de tangerina inteira e geleia de pimenta com morango, usando a pimenta da própria comunidade”, explicou.

Marinete Silva, fundadora do projeto Cozinha de Mãe e cliente Carla Pereira na 2ª edição Viradão Cultural da Rocinha. Foto: Daniel Grehs

A escritora Olga Pereira de Souza apresentou o livro ‘Um Projeto de Vida’, lançado em 2024 e escrito em homenagem a Rosinha, fundadora de uma ONG e coordenadora do projeto “Oficina dos Saberes”, no sub-bairro Roupa Suja, na Rocinha. O trabalho levou cinco anos de pesquisa e foi concluído em 2022.

“A história dela é admirável e precisava ganhar visibilidade. Eu reuni em um livro para que o legado dela não se perdesse. Fiquei surpresa com o interesse das pessoas, foi uma experiência incrível expor aqui”, contou Olga.

Já a professora Carla Martins, de 35 anos, cria da Rocinha, visitou a feira pela segunda vez e destacou a importância de eventos como o Viradão para valorizar os talentos locais. “A Rocinha é uma cidade e precisa ser vista como tal. Aqui tem arte, culinária, hortas nas lajes, muita diversidade. É importante para que a favela seja reconhecida pela sua potência. Eu mesma vim curiosa para experimentar a biomassa de banana no bolo e conhecer novos trabalhos”, disse.

Texto: Danilo Castro, Voz das Comunidades, parceiro Viradão Cultural da Rocinha

Edição: Tatiana Lima, Fala Roça

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