Se você frequenta ou mora na Rocinha já deve ter percebido como tem pessoas mexendo nas lixeiras. Dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania mostram que a pobreza extrema no país aumentou e já atinge 13,2 milhões de pessoas. De junho de 2018 a junho de 2019, esse número cresceu 10,4% no estado do Rio de Janeiro. Todos os dias vemos pessoas na rua precisando de ajuda. Hoje foi com o Ernani Alves, conhecido na Rocinha como Nandy.

Ele viu o menino na lixeira e ficou observando do outro lado da rua. Tentou uma aproximação mas o menino estava assustado e não queria conversa. Nandy tem um filho na mesma faixa etária e insistiu na tentativa de diálogo. “Eu o vi remexendo o lixo atrás de comida e brinquedo e decidi tentar ajudar”, disse o morador. O menino, que não vamos citar o nome, foi se abrindo aos poucos. Com apenas oito anos de idade, disse: “por que você quer saber da minha vida”? Ele relutou e não queria ajuda.

Nandy levou quase duas horas para conseguir estabelecer um laço de confiança com a criança que tem mais dois irmãos, um de seis anos e um de dez, vive com a mãe que sofre de depressão e o pai abandonou a família. Após muita insistência, o menino aceitou a ajuda, Nandy levou compras, brinquedos e foi com o menino até em casa.

Chegando lá, conheceu a avó da criança que vem tentando segurar as pontas. “Essa criança já descobriu o caminho da rua, infelizmente. A gente sabe bem o que é isso dentro da favela”, conta Nandy, que agora está empenhado em mudar de vez o destino dessa família. Ele está buscando doações de alimento, à princípio, e se dispôs a procurar atividades de esporte e escola para que o menino possa ter uma vida de criança, fora do lixo.

Quase em frente a lixeira onde o menino estava tem a ONG Nasceer, que fica no espaço da Primeira Igreja Batista da Rocinha. Nandy, que faz parte do projeto, levou o menino pra lá e o distraiu, foi quando tiraram essa foto juntos. “Isso tocou muito o meu coração. Conheci de perto a história deles, que é muito triste, mas Deus me colocou na vida deles e vou ajudar em tudo que eu puder”, contou Nandy, emocionado.

Quem quiser e puder ajudar, as doações podem ser encaminhadas para a Igreja Batista, na Fundação, em frente aos prédios do PAC.

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