Governo do Rio altera local de construção do Polo de Reciclagem da Rocinha a pedido de moradores de São Conrado

Investimento de R$ 2,8 milhões para construção do polo de reciclagem virá do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (FECAM)
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O Governo do Rio, através da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), mudou o local de construção do Polo de Reciclagem da Rocinha. O equipamento seria construído em um terreno particular de 433 metros quadrados, na Avenida Niemeyer, próximo ao Supermarket, avaliado em R$ 1,5 milhão por técnicos da SEAS.

Agora, o equipamento será construído em um terreno da concessionária Águas do Rio, localizado próximo ao Complexo Esportivo da Rocinha e a Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR) da Rocinha.

A mudança atendeu aos pedidos feitos por duas associações de moradores de São Conrado: a Associação de Moradores de São Conrado (Amasco) e a Associação de Moradores e Amigos de São Conrado (AMA São Conrado). 

“A AMA São Conrado atuou diretamente nesse assunto, privilegiando sempre o bom diálogo, promovendo reuniões com moradores, síndicos, juntamente com a Secretaria de Estado e seus representantes.”, publicou a instituição nas redes sociais.

Já a Amasco – que disse ter a verdade dos fatos – agradeceu à subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade da SEAS, Ana Asti, por aceitar a sugestão de mudar a localização do polo de reciclagem feita durante uma reunião realizada em dezembro de 2023.

A Associação de Moradores da Rocinha e a Gerência Executiva Local (GEL) da Rocinha, responsável pela região administrativa, não foram procuradas para discutir a mudança de local da obra. 

A Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) informou que está promovendo a escuta dos diversos grupos da região a fim de apresentar as alternativas para a implantação do Polo de Reciclagem na Rocinha. “O Projeto em questão ainda está em fase de construção e ouvir a sociedade é parte do processo.”, finaliza a secretaria por nota.

A Águas do Rio confirmou que está em tratativas finais com a SEAS para a devolução de parte da área para a construção do polo de reciclagem. “A devolução foi possível em razão da concessionária ter desenvolvido uma solução alternativa de transporte de toda a vazão de esgoto para a sua Estação Elevatória Esgoto de São Conrado.”, disse também por nota.

O que é o polo de reciclagem da Rocinha

Em 2022, o Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (FECAM) aprovou a liberação de R$ 2,8 milhões para a construção de um polo de reciclagem em São Conrado.

Segundo o projeto da Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), a construção vai permitir estabelecer um ponto de encontro e de trabalho para os catadores locais, além de ser um ponto de recepção de resíduos recicláveis de outras fontes, com capacidade de triagem, prensagem e estocagem. O projeto também abrigará a cooperativa Rocinha Recicla.

“Um dos maiores problemas são as valas de drenagem onde são jogados resíduos variados e na época de chuvas, sejam intensas ou não, descem em direção ao valão principal até chegar ao destino final de drenagem junto ao Complexo Esportivo da Rocinha. Como a drenagem corre parte do esgoto das áreas sem saneamento é um transtorno não só para a área baixa da Rocinha, Bairro Barcelos, como para a região de São Conrado do outro lado da Estrada Lagoa – Barra.”, explicaram os técnicos do projeto na época.

De acordo com a Comlurb, a Rocinha produz 230 toneladas de resíduos sólidos por dia, conforme o Fala Roça mostrou em uma matéria publicada em 2021. A iniciativa também visa ampliar os pontos de coleta de resíduos, criar práticas de reaproveitamento e reciclagem, além de gerar renda através da coleta seletiva.

Segundo o projeto, a estratégia consiste em aproveitar ao máximo o terreno utilizando o pavimento térreo apenas para o ato de separar e estocar os resíduos recicláveis.

Os resíduos chegarão através dos catadores ou Veículos Urbanos de Carga (VUC) de resíduos recicláveis, são depositados nos Silos de estocagem, sofrem triagem e são alocados em baias para depois serem prensados, pesados e estocados para retirada pelo reciclador contatado.

O projeto possui três saídas de emergência, sendo duas com rampa e uma com degrau, assim como banheiros e mini copa localizados no pavimento térreo com o intuito de atender pessoas com necessidades especiais. O último andar vai abrigar a área administrativa, dois banheiros/ vestiários (masculino e feminino), área técnica para medidores e inversores interativos para o sistema fotovoltaico e área de copa e refeitório.

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