Logo, a cultura das favelas existe, não só objetivamente, como dela têm consciência seus próprios criadores, ou seja, as lideranças comunitárias, os moradores, os chamados intelectuais populares. E o conceito de cultura expresso pelos favelados é bastante ligado à mobilização, à participação nas lutas comunitárias, ou seja, uma cultura orgânica. (Marco Morel, 1986)

Entre 2014 e 2016, o Rio de Janeiro sediou dois megaeventos: a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016). A Prefeitura do Rio pediu ao Google para reduzir a presença das favelas no mapa da cidade. Uma espécie de remoção virtual. O que era favela foi substituída por “morro”. Outras favelas foram completamente apagadas.

Em contraponto, o Fala Roça mapeou mais de 100 pontos de práticas culturais, como centros sociais, espaços educativos e áreas de lazer. O trabalho resultou na criação do Mapa Cultural da Rocinha. Se para o Google, Microsoft e os mapas oficias da prefeitura somos meros borrões verdes que sinalizam floresta, o mapeamento local mostra muitas histórias de vidas.

Quem acessar o site, irá perceber que o mapa não abre em cima da Rocinha. Ele abre mostrando a cidade do Rio de Janeiro. A Rocinha também faz parte da cidade. Afinal, favela é cidade.

Código aberto

O Mapa Cultural da Rocinha utiliza um tema/plugin para WordPress chamado Mapas de Vista. Ele foi desenvolvido pelo HackLab e permite que você crie mapas e distribua conteúdos sobre ele utilizando Google Maps, Open Street Maps ou até mesmo uma imagem qualquer.Para utilizar o tema você deve criar um site, instalar a plataforma WordPress e ativar o tema. Disponível para download neste link.