Lixo espalhado pelas ruas da Rocinha pode gerar doenças em moradores
Cerca de 36 mil toneladas. Essa foi a quantidade de lixo retirada da Rocinha em 2013 pela COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza Urbana). Apesar de a coleta ser regular, o volume de resíduos sólidos que estão espalhados por toda a comunidade assusta os moradores. Todo esse lixo, que não é retirado, pode ser o ponto de partida para algumas doenças, como infecções de pele, hepatite A, leptospirose e dengue.
A médica Cássia Kirsch Lanes, de 33 anos, que trabalha na Clínica da Família Maria do Socorro há três anos, afirma que as doenças mais comuns atendidas na unidade são as de infecção de pele e de hepatite A.
“O lixo muitas vezes acaba atraindo animais, como gatos e ratos. E isso gera uma contaminação do local onde estão esses resíduos. Às vezes, uma pessoa machuca uma unha e acaba encravando, ai temos que fazer drenagem, para tirar o líquido que fica. Também temos muitos casos de pacientes contaminados por hepatite A, que é transmitida pela contaminação da água pelo lixo ou pelo esgoto”, explica.
A médica também destaca que atende, com freqüência, a casos de mordidas de rato. Para evitar o problema, Cássia faz um alerta para que as pessoas não coloquem rações para gatos perto de casa, pois isso pode atrair ratos.
Para diminuir as doenças, a médica aposta em um esforço coletivo de toda a comunidade. “É preciso educar a população para não jogar lixo nas ruas, colocar mais caçambas em pontos da comunidade e também melhorar a coleta de lixo”, aconselha.
Em nota, a assessoria da COMLURB informa que para garantir a limpeza e a coleta de lixo na Rocinha disponibiliza 91 garis e um agente de limpeza urbana. Ao todo, são cinco contêineres para depósito de lixo. Ainda segundo o comunicado, a empresa reconhece a necessidade de aumentar os pontos de coleta de lixo e infoma que em breve esse número será aumentado.
“É preciso educar a população para não jogar lixo nas ruas” – Cássia Kirsch Lanes
Já a Secretaria Municipal de Saúde informa que não há consolidação dos dados de hepatite A na Rocinha e que não existem estatísticas de pessoas com infecções de pele. Em 2013, a Rocinha teve um caso de leptospirose confirmado, segundo dados da Secretaria.