Fala Roça forma cinco comunicadores comunitários

Na contramão dos grandes grupos jornalísticos, que têm seu trabalho cada vez mais questionado, fortalecem-se as mídias comunitárias. Seja na internet ou no jornal impresso, um novo horizonte se abriu para as pessoas que trabalham com jornalismo, principalmente dentro das favelas, onde é possível produzir conteúdo de qualidade com poucos recursos.
Por todo o país multiplicam-se cursos e oficinas de comunicação comunitária, com o objetivo de formar equipes que possam produzir notícias com foco local. No Fala Roça, não foi diferente. Em fevereiro desse ano, abrimos as inscrições para a nossa primeira turma da oficina de comunicação comunitária.
Os critérios eram simples: os candidatos precisavam morar na Rocinha e ter entre 15 e 29 anos. Só tínhamos cinco vagas e, para nossa surpresa, tivemos oito vezes mais inscritos do que podíamos suportar.
Foram selecionados: Monica Paulo Ferreira, agente de saúde local; Pedro Vinicius Timbó de Barros, estudante; Thomas Alves Miranda, estudante; Thereza Cristina Oliveira de Lima, empreendedora; e Alice Teodosio da Silva, estudante.
Durante dois meses, eles tiveram aulas de história da Rocinha, dada pelo Fernando Ermiro, do Museu Sankofa Memória e História da Rocinha; fotografia, pelo Leandro Lima, do FavelaDaRocinha.com; jornalismo, pela professora Lilian Saback, da PUC-Rio; mídias sociais, por Núria Saldanha, especialista na área; e mobilização, por Rene Silva, criador do Jornal Voz da Comunidade. No final do curso todos os alunos foram convidados a integrar a equipe fixa do jornal Fala Roça.
Alice Teodosio, estudante
“Eu aprendi mais sobre o lugar que nasci e morei a minha vida quase toda. Conheci muitas pessoas e também pude olhar coisas que já sabia com uma outra visão.”
Monica Ferreira, agente de saúde
“Gostei muito da aula de fotografia. Também curti a cooperação entre todos.”
Pedro Vinicius Timbó, estudante
“Eu aprendi como se escreve um jornal e como se tira uma foto. Além disso, convivi com pessoas que nunca tinha visto.”
Thomas Miranda, estudante
“Eu quero ser jornalista, mas não tinha uma ideia mais aprofundada da profissão. Eu vi essa oportunidade e me interessei.”
Thereza Lima, empreendora
“A oficina ultrapassou todas as minhas expectativas. Aprendi coisas sobre a história da Rocinha, adquiri novos interesses e quero continuar como colaboradora do Fala Roça.”