Cadê o ônibus? Linhas que atendem a Rocinha tem frotas reduzidas
Moradores da Rocinha vem enfrentando dificuldades para com o transporte público no morro. Duas linhas que atendem os moradores – 538 e 539 – tiveram suas frotas de ônibus reduzidas e passam em horários irregulares.
A frota do 538, operada pela Real, estaria circulando com apenas 3 ônibus, mas segundo o site da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), a frota deveria circular com 20 ônibus, sem ar condicionado e com elevador. Já a linha 539 é operada pela Autoviação Alpha e deveria operar com 6 ônibus. Mas no dia a dia são apenas 2 a 4 ônibus, dependendo do dia da semana.
Somente duas linhas de ônibus passam pelo interior da Rocinha através da Estrada da Gávea. A linha 538 vai da Rocinha até o Leme, passando por Botafogo. Enquanto a linha 539 também tem o Leme como destino, mas indo por Copacabana.
“Depois de 20h é raro ver um 538 e 539 passando e para quem chega do trabalho mais tarde é mais difícil ainda pegar. Aí ficamos dependendo das vans porque os mototaxistas não aceitam Riocard”, reclama a moradora Andrea Mendes no ponto de ônibus da Curva do “S”.
“A Real simplesmente abandonou a linha 538 e a prefeitura não faz a fiscalização nas ruas”, diz outro morador que preferiu não se identificar.
Se não bastasse a falta de ônibus, os moradores enfrentam a lotação em diferentes horários expondo em risco a saúde em meio a pandemia de covid-19.
O que diz a prefeitura
Em nota ao Fala Roça, a Secretaria Municipal de Transportes reconheceu que as duas linhas de ônibus que atendem a Rocinha estão abaixo da frota determinada e, por isso, os intervalos estão irregulares. Porém, enfatizou que há duas linhas de vans STPL (2101 e 2102) que atendem o bairro e também passam pela Gávea.
“A SMTR tem se reunido com representantes do consórcio em busca de melhor atendimento à população. A secretaria também está fazendo a revisão de todo o sistema de ônibus para reformular itinerários e a frota determinada com o objetivo de evitar áreas descobertas e garantir frequências de ônibus compatíveis com a demanda.”, informou a secretaria de transportes por nota.
No dia 3 de setembro, o consórcio Intersul entrou em recuperação judicial. O grupo, formado por 10 empresas, deverá apresentar um plano de recuperação e teve as ações e execuções na Justiça suspensas, a não ser as consideradas de casos emergenciais.
A recuperação judicial é um meio utilizado por empresas para evitar que sejam levadas à falência. O processo permite que companhias renegociem as dívidas acumuladas em um período de crise recuperando as atividades e evitando o fechamento, demissões e falta de pagamentos.
Procurado, o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) não respondeu no pedido de informação para comentar a circulação irregular das frotas.