Águas do Rio implanta novo sistema de esgoto na Rua da Raiz

A Águas do Rio acaba de entregar a obra do novo sistema de esgoto do Largo da Raiz, beneficiando cerca de 5 mil moradores. Iniciada em setembro do ano passado, a intervenção veio para pôr fim a décadas de problemas com esgoto a céu aberto e drenagem inadequada, marcados pelo extravasamento constante na região.

Segundo Luiz Gomes da Silva, morador da comunidade há 40 anos e dono de uma venda no beco da Raiz, o acúmulo de lixo era constante e entupia as valas, o impedindo de trabalhar, o levando a quase desistir do seu comércio.

Luiz Gomes da Silva comemora o aumento nos lucros e o fato de poder abrir o seu comércio diariamente.

“Quando chovia, não dava para passar. Era tudo alagado. Tinha vezes que até sem chuva a vala estourava. Diversos dias eu não conseguia abrir a minha loja para trabalhar, me gerando um prejuízo enorme. Havia meses em que eu passava mais tempo fechado do que aberto”, relembra.

Para sanar o problema de anos, a Águas do Rio instalou uma tubulação nova de 120 metros de extensão na rua da Raiz. Paralelamente, implantou diversos pontos de Coletores de Tempo Seco, um sistema usado em todo o mundo para retirar esgoto irregular das galerias pluviais, que deveriam receber apenas a água da chuva. Os dejetos são então desviados para a galeria coletora de esgoto da concessionária.

De acordo com Luiz Guilherme, coordenador de Operações da Águas do Rio, as intervenções realizadas trouxeram não só um avanço técnico, como também um salto na qualidade de vida da favela.

Os resultados positivos já são percebidos por todos na comunidade, que veem suas vidas modificadas. “Não me preocupo mais com a mudança do tempo. Quando chove, a água escoa bem rápido, ficou bem melhor. Economicamente também foi uma maravilha para mim. As minhas vendas melhoraram muito”, comemora Luiz Gomes.

À esquerda, os alagamentos na Rua da Raiz eram constantes antes da obra e pioravam em dias de chuva; à direita, a Rua da Raiz após a conclusão da obra.

Segundo o coordenador da concessionária, atender a maior favela do país, com seus mais de 72 mil moradores, envolve desafios diários. Para facilitar o deslocamento das equipes, acesso à toda comunidade e garantir a execução das ordens de serviço, a Águas do Rio possui uma base operacional exclusiva, instalada dentro da Rocinha.

“Mas não adianta só as nossas equipes trabalharem. É preciso que os moradores deem a sua parcela de contribuição, depositando o lixo na lixeira, e não no sistema de esgotamento sanitário. É uma atitude para o benefício do próprio morador”, apela Luiz Guilherme.

Fim dos alagamentos afastam doenças entre os moradores

Com o fim das poças de água suja, a vida na Rua da Raiz está diferente. O que antes era um risco para a saúde das crianças da comunidade, agora se tornou um local para brincadeiras e diversão. “Aqui agora tem vida. Como a rua não é tão estreita, as crianças agora têm espaço para brincar, correr, andar de bicicleta”, revela Luiz Gomes, que se mudou há pouco tempo para a rua, em uma casa quase em frente à sua loja.

Segundo ele, antes da obra, era comum crianças e adultos aparecerem com doenças de pele e coceiras.

De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, para cada um real gasto em saneamento básico, outros quatro reais deixam de ser gastos no sistema de saúde.

“Tratar do esgoto é cuidar da saúde de cada pessoa da comunidade. Por isso é muito importante que os moradores também colaborem”, alerta o coordenador da Águas do Rio.

As ações da concessionária na Rocinha fazem parte de um compromisso maior da empresa, que também presta serviços a outras 524 comunidades na cidade do Rio de Janeiro. O acesso a um saneamento básico de qualidade é considerado fundamental para garantir a dignidade humana e fomentar o desenvolvimento social e econômico na região.

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