Fiocruz apoiará 2 projetos na Rocinha para diminuir os impactos da covid-19
A Fiocruz divulgou no dia 22/6 o resultado da Chamada Pública de apoio a populações em favelas. Das 40 instituições ou grupos aprovados e selecionados, 2 são da Rocinha.
O primeiro, chamado “Estamos Juntos, Rocinha!”, foi inscrito pelo coletivo Tamo Junto Rocinha, que atua desde 2014 na discussão de políticas públicas e organização de ações humanitárias, com o apoio de voluntários.
Nos últimos meses, o TMJ Rocinha vem atuando prioritariamente na garantia da segurança alimentar e também na produção de conteúdo informativo e educacional para as crianças. Um dos coordenadores do TMJ, Davison Coutinho, explica que o novo projeto tem a educação como foco principal. “Nossas crianças estão há mais de um ano fora da escola, e por isso o novo projeto tem como foco o aprimoramento das competências escolares da base comum curricular por meio de materiais didáticos, oficinas, atividades e brincadeiras com metodologias lúdicas e pedagógicas.”, diz Coutinho.
O projeto objetiva também reforçar a campanha de segurança alimentar, disponibilizar de um espaço de apoio e inclusão digital para atividades escolares, construir uma pequena biblioteca, estimular a formação leitora e oferecer atividades de design para construção de bonecos com uso de materiais recicláveis. O projeto será desenvolvido com apoio da PUC-Rio, em especial com os seguintes departamentos: NEAM PUC-Rio. Departamento de Artes & Design e Instituto Interdisciplinar de Leitura da PUC-Rio. Além de escolas públicas locais.
O segundo projeto contemplado para a Rocinha foi inscrito pelo Museu Sankofa Memória e História da Rocinha em conjunto com o CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP). O geógrafo e coordenador do museu Antonio Carlos Firmino conta que as duas organizações vão trabalhar a memória das lutas dos moradores pautadas nas décadas de 70 e 80 quando ocorriam os mutirões da saúde. A ideia é ligar esse período com a desinformação que afeta a campanha de vacinação contra covid-19 no morro.
“Todas aquelas doenças que tivemos antigamente como a caxumba e rubéola foram reduzidas com os mutirões e as pessoas se negam hoje em dia a se vacinar, a usar máscara. Acham que a ciência está errada.”, justifica Firmino.
Cartazes serão espalhados pela Rocinha com informações históricas e trazendo a discussão para os dias atuais. Além de lives que serão feitas uma vez por mês com antigos moradores que participaram dos mutirões e convidados.
O Sankofa, não possui espaço físico, mas tem como principal prática, promover a interação dos moradores a partir de suas histórias e afinidades. Visando o conhecimento do passado e cultura da Rocinha, sempre através do olhar de quem conhece a favela.
Origem do recurso
A meta da Fiocruz é aprovar 140 projetos que poderão receber apoios no montante total de R$ 17 milhões que se espera investir. Inicialmente, no entanto, a Chamada Pública selecionou para financiamento imediato 41 projetos aprovados com o montante de R$ 4,5 milhões.
Os recursos a serem investidos são provenientes da Lei Nº 8.972/20, do Fundo Especial da ALERJ à Fiocruz. Esses recursos são resultado de um esforço interinstitucional envolvendo UFRJ, UERJ, PUC-Rio, SBPC, ABRASCO, Fiocruz, sindicatos de profissionais das áreas de saúde e assistência social, bem como organizações baseadas em favelas. Juntas, essas entidades elaboraram o Plano de Ação para Enfrentamento da Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro.
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