Lutadores de muay thai buscam recursos para disputar Campeonato Mundial na Tailândia
Quando o jovem Reinaldo Oliveira Nunes da Silva, 26 anos, decidiu entrar para o muay thai, seu único desejo era aprender a bater nas pessoas. Ele era integrante de uma torcida organizada e, em sua cabeça, o esporte o ajudaria a se defender durante as brigas. Mas não foi isso que aconteceu. Após quatro anos treinando, ele se apaixonou pela luta e, hoje, vive a realização de um sonho: no início do ano ele se tornou campeão brasileiro de muay thai na categoria até 75kg. “Graças a Deus fui conquistando um espaço, até rápido, e estou muito feliz de ser campeão brasileiro e estar representando a minha equipe”, diz Reinaldo.
Com o resultado, ele foi classificado para competir o mundial em Bangkok, na Tailânda, no início de março. Mas para chegar lá, ele terá que vencer mais um round para poder disputar o cinturão: será necessário comprar a passagem, que custa cerca de R$3,6 mil. Os colegas de equipe de Reinaldo, os jovens Marcos Souza de Paulo, 21, e Rafael da Silva Ferreira, 29, também enfrentam o mesmo dilema. Os dois lutadores foram convidados pela equipe brasileira para poder disputar a competição nas categorias 63kg e 71kg, respectivamente. Os três atletas fazem parte da equipe NockDown Brasil, comandada pelo mestre Diego Buchecha, 28, da Rocinha, que já adotou estratégias para conseguir levar os jovens para a Tailândia.
“Ainda não conseguimos pagar as passagens. Até agora arrecadamos R$ 900. Fizemos um vídeo que está no Facebook com a Cris Cyborg (campeã do peso-pena do Invicta FC) e ela, como é bastante conhecida no mundo da luta, está pedindo para os fãs e amigos dela, para nos ajudar. Eu também estou pedindo para os meus alunos particulares, e aí estamos fazendo essa campanha na internet”, conta Buchecha. Para chegar a soma de R$ 11 mil (valor aproximado das três passagens), a equipe também vai presentear com uma camiseta a pessoa que doar o valor de R$ 70.
Apesar da incerteza da viagem, os atletas não diminuem o ritmo e dão duro na preparação para o mundial. Eles treinam de segunda a sábado, cerca de sete horas por dia, sem pagar nada. Sem nenhum tipo de patrocínio, os lutadores esperam encontrar na boa vontade das pessoas as tão sonhadas passagens rumo ao continente asiático.
Equipe NockDown Brasil
Desde 2007 o mestre Diego Buchecha dá aulas para moradores na Rocinha. Atualmente cerca de 80 pessoas são atendidas nos locais onde os treinos acontecem: Associação de Moradores e Amigos do Bairro Barcelos (AMABB), Centro Comunitário da Rua 2 e UPP da Rua 2. As aulas são gratuitas, com exceção na AMABB, onde maiores de 18 anos pagam um valor simbólico. Ao longo de todos esses anos, Diego já conseguiu formar seis professores e cinco instrutores que estão prestes a se tornar mestres.
Se você deseja ajudar os atletas a irem competir na Tailândia, entre em contato com Diego Buchecha pelo telefone (21) 97179-2640, pelo e-mail buchechaljf@gmail.com ou pelo perfil dele no facebook.