Moradores oferecem futebol como ferramenta de inclusão social

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A paixão nacional usada como instrumento de inclusão de crianças e adolescentes na localidade onde vivem na Rocinha. Foi com esse propósito que três moradores se uniram para oferecer futebol para as crianças e adolescentes da Vila Verde e Cachopa. Além de incentivar a prática de atividade física, a ação se destaca ao despertar nos participantes sentimentos como cidadania e respeito ao próximo.

Pedro Santana (camisa roxa_ e crianças se divertem aos domingos de manhã apesar da falta de vestuário. (Foto: Michel Silva)
Pedro Santana (camisa roxa) e crianças se divertem aos domingos de manhã apesar da falta de vestuário. (Foto: Michel Silva)

Cerca de 30 jovens, entre sete e 14 anos, participam todos os domingos, de 10h às 12h, no campo sintético da Vila Verde, de jogos de futebol comandado pelo comerciante Pedro Santana, 46 anos. Segundo ele, qualquer pessoa pode participar do jogo, entretanto, precisa cumprir os princípios considerados básicos.

“Nós ensinamos aos jovens o que é bom, para eles não se envolverem com condutas ilícitas. Também queremos que eles saibam respeitar ao próximo”, conta Pedro que nos dias de semana cuida da própria mercearia.

Além dele, as moradoras Francisca Rosemeire, 35 anos, e Maria Graceny, 32 anos, preparam o lanche após a atividade. Sem patrocinador, o valor da refeição é financiado pelo trio. Às vezes, os pais das crianças contribuem com R$ 2 ou R$ 5, mas a doação não é obrigatória. “Nós compramos 60 pães e nem sempre dá. Quando não podemos oferecer pão com queijo e presunto, oferecemos cachorro quente com refrigerante”, lembra Francisca.

O trio não tem material adequado para oferecer aos participantes. Os coletes utilizados são de um antigo time que Pedro participava. As dificuldades encontradas pelos organizadores não afastam os participantes, pelo contrário, muitos deles estão animados pelo lazer. “As crianças chegam antes do horário e vão até a casa do Pedro para ele não acordar atrasado para o futebol”, brinca Maria. Os jogos só não acontecem em domingos de chuva.

Pedro Santana observa as crianças disputando um lance. (Foto: Michel Silva)
Pedro Santana observa as crianças disputando um lance. (Foto: Michel Silva)

Pedro Henrique Pandini tem 14 anos e sempre participa dos jogos. Ele atua como lateral-direito porque gosta de fazer cruzamentos. “O Pedro (Santana) dá oportunidade para todo mundo jogar em diferentes posições. Ele sempre pergunta quem quer ser o goleiro da rodada e isso é bom porque podemos ser o que quisermos no futebol”, conta o jovem.

O objetivo inicial do moradores era tirar crianças e jovens das ruas e, com isso, promover melhoria de qualidade de vida. Porém, se algum deles seguir a carreira futebolística, Pedro Santana não descarta o apoio. “Quem sabe possa surgir alguma oportunidade (profissional) para eles? Se a gente puder fazer alguma coisa por eles, iremos fazer”, afirma ele.

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