Recentemente, em julho de 2021, enfrentamos um frio intenso no Estado do Rio de Janeiro, com baixa nas temperaturas. Também, no mesmo período, o Canadá encarou fortes ondas de calor extremo, com temperaturas batendo quase 50º Celsius. Dois exemplos que estão se tornando cada vez mais frequentes ao redor do planeta frutos das mudanças climáticas.

Eventos climáticos extremos estão impactando a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo. Frio extremo, calor intenso, desastres naturais recorrentes, estes são alguns dos pontos que as mudanças do clima apresentam para a sociedade. 

O clima está em mudança devido às ações provenientes dos seres humanos no meio ambiente. Desmatamento, agronegócio, indústria, poluição, entre outros, são fatores que impactam o planeta terra. 

As mudanças climáticas impulsionadas pelo aquecimento global, acarretam diversas alterações no quadro climático mundial, resultando em uma nova cadeia de eventos naturais que impactam a vida de toda sociedade. Essas alterações climáticas afetam diferentes esferas, como o social, o político e econômico, por exemplo.

Mas por que é interessante saber disso e qual seria o impacto das mudanças climáticas na Rocinha?

De alguns anos para cá a preocupação com o clima vem sendo discutida. Contudo, por muito tempo o debate a respeito do clima ficou centrado apenas no âmbito acadêmico, e pouco difundido na grande mídia e nas áreas periféricas. 

Pensar sobre as mudanças climáticas é urgente, pelo fato de quem sofrerá com seus impactos seremos nós, a população de baixa renda e moradora de favela. Pensar sobre as mudanças climáticas, permite a nós também resistir a mais esse obstáculo, que se soma aos abandonos históricos do Estado.

Os impactos das mudanças climáticas vão afetar, principalmente, os pobres e favelados. De acordo com a Agência Oceânica e Atmosférica Americana (NOAA), janeiro de 2020 foi considerado o período mais quente da história. Já a Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirma que a última década (2010-2019) registrou as mais altas temperaturas já obtidas. 

Desde os anos 80, cada década é mais quente que a anterior por causa dos níveis recordes de gases de efeito estufa que retêm o calor na atmosfera. O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, avalia que na trajetória atual, o mundo caminha para um aumento de temperatura e espera por extremos climáticos nas próximas décadas.

O frio intenso nas favelas impacta no modo novo. Devido ao fato de nossas casas não serem projetadas para suportar o frio. Sendo o típico clima do Rio de Janeiro predominar estações quentes, comumente, não há projetos que visem casas que suportam períodos de frio.

Os efeitos provenientes do aumento da temperatura, já são notados no verão. Durante o verão, vemos o caos que as chuvas proporcionam em nossa favela, a preocupação com possíveis deslizamentos e o fato de a água entrar em muitas casas. E, também, o cenário caótico que fica na parte baixa da favela, onde encontramos áreas alagadiças no valão e boiadeiro. Além do mais, todo esse processo deixa fortes marcas como o lixo e a sujeira que fica nos becos e vielas da favela e na praia de São Conrado. 

Nosso papel enquanto morador de favela é ter noção desses impactos e procurar meios para o enfrentamento, em caso de chuvas, por exemplo, encontrando um lugar adequado para se abrigar e acionar a Defesa Civil.

*Este texto foi produzido após a participação na Oficina de Comunicação Comunitária do Fala Roça, em 2021, em parceria com a Pró Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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