Publicado na 14° edição impressa do Fala Roça
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Gosto de pensar que o futuro mais digno se realizará junto às favelas. Dois anos e seis meses depois, retomamos a impressão do Fala Roça. Voltamos para onde nunca deveríamos ter saído: os becos e vielas da Rocinha. Neste retorno, abordamos extensivamente questões futuras.
Uma pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios brasileiros, a TIC Domicílios 2023, apontou que 84% da população tem acesso à internet em casa. As classes sociais mais baixas impulsionaram o crescimento da conectividade nos domicílios do Brasil.
A internet, que todos utilizam, trouxe muitas mudanças. As pessoas agora passam mais tempo online e menos tempo interagindo presencialmente. Isso fez com que perdêssemos um pouco do modo de viver em comunidade. Os problemas da Rocinha não são mais discutidos coletivamente. Além disso, com tanta informação na internet, fica mais difícil compreender nossos direitos sociais. É como se essas questões importantes não fossem tão claras em nossas mentes.
O Fala Roça, embora desafiado pela era digital, mantém sua essencialidade na vida comunitária. É mais do que um veículo informativo; é um elo tangível que une vizinhos, amplifica vozes locais e constrói identidade comunitária. Nas páginas do jornal, as notícias ficam mais próximas de nós, e todos podem ler, mesmo aqueles que não utilizam muita tecnologia.
Neste jornal, o acesso à informação e ao conhecimento é fundamental para fortalecer nossa comunidade. Acreditamos que, ao capacitar os moradores da Rocinha com informação, podemos construir um futuro mais justo e inclusivo. O desafio da era digital é real, mas o Fala Roça persiste como uma ferramenta essencial para manter viva a chama da coletividade.
À medida que enfrentamos os desafios do presente, depositamos nossa confiança na força das mobilizações comunitárias para moldar um futuro em que as favelas não apenas resistam, mas prosperem. Tenham uma boa leitura e, juntos, construiremos um amanhã mais promissor.
