Saúde mental: moradores derrubam o preconceito e buscam apoio psicológico

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Sabe aquele velho ditado que diz: “mente sã num corpo são”? Pode parecer bobeira, mas não é. Pesquisa do Instituto Ipsos em 30 países revelou que o Brasil é o 5º no mundo onde houve piora na saúde mental da população desde março do ano passado, com 53% dos entrevistados relatando casos. 

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgados em janeiro mostraram que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas com depressão e o 1º lugar em casos de ansiedade. 

Parte do adoecimento da população, principalmente nas favelas, ocorre por conta do preconceito, mas também pela desinformação. Ainda hoje, muita gente nas favelas pensa que acompanhamento psicológico é algo para “gente rica” ou “doido”. Mas, a psicóloga Fernanda Nascimento, de 37 anos, assegura que não é e nem nunca foi. 

“Existe dentro das favelas ainda uma normalização de situações bem delicadas para a saúde mental. Além disso, tem um preconceito dentro do atendimento, a precarização dos cuidados e desinformação sobre o que é o autocuidado. Eu atendo algumas pessoas faveladas e elas têm muitos traumas que ainda não entendem e isso acaba definindo comportamentos autodestrutivos e vícios”, ressalta Fernanda Nascimento. 

Além do preconceito, a falta de acesso também é outro problema. “Esses atendimentos só são encontrados fora das periferias, porque os profissionais da área atendem em consultório, mas dentro da favela é difícil. Então, na cabeça do morador, que já tem uma vida difícil, não faz sentido ter mais um deslocamento”, explica a psicóloga. 

Créditos: Freepik

Porém, ela afirma que a procura por apoio psicológico vem aumentando, inclusive por moradores de favelas. Moradora da Rua 3, a empresária Isabela Cunha, de 26 anos, foi uma das que buscaram atendimento psicológico. “Sempre pensei em fazer terapia, mas como não tinha conhecimento achava que era para “doido”. Mas não é isso. Às vezes, ficamos presos em um determinado ponto e a terapia te mostra possibilidades de enxergar outras possibilidades”, afirma.

Mãe aos 18 anos, ela se comparava com outras jovens e a maternidade era um conflito, pois precisa dividir o tempo entre trabalho, estudos e a filha. Com o isolamento social, ela passou a ter crises de ansiedade, insônia e depressão, mas como é estudante da área da saúde, conversou com o chefe do hospital e decidiu fazer terapia. “Já superei um pouco da insônia, acabei com a depressão e hoje ainda tento lidar com a ansiedade”, explica. 

Vítima de violência doméstica no passado, ela diz que a terapia vem ajudando ela a curar e passar pelo trauma. “Fui agredida pelo meu ex-namorado e não sabia como sair dessa situação, pois como foi algo que nunca esperava vir de uma pessoa que eu amava, foi um processo difícil. Porém, aos poucos, em cada sessão que tenho, é libertador”. 

Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS) Maria do Socorro Santos 24h
Estrada da Gávea, 520 – Rocinha
Tel.: (21) 3322-6368
Gratuito

Serviço de Psicologia Aplicada
Departamento de Psicologia da PUC-Rio (SPA)
Tel.: (21) 3527-1574 e 3527-1575
Preço popular

Centro de Valorização da Vida (CVV)
Tel.: 188
Site: http://www.cvv.org.br
Gratuito

Serviço de Psicologia Aplicada – UNIABEU
Tel.: (21) 2104-0450 e pedir para transferir 247.
Gratuito

Serviço de Psicologia Aplicada – IBMR
Av. das Américas, 2603
Tel.: (21) 3544-1187
Preço popular

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