Rocinha registra 2° morte por suspeita de coronavírus em 24h
Casos suspeitos de coronavírus na Rocinha tem deixado moradores preocupados
O idoso Antônio Edson Mesquita Mariano, de 67 anos, morreu com suspeita de infecção por covid-19, nesta segunda-feira (30/03), horas antes do Fala Roça publicar a morte de outra moradora, também com suspeita de coronavírus. Essa é a segunda morte suspeita por covid-19 registrada em menos de 24h na Rocinha.
O aposentado morava com a esposa, Maria Lúcia Moreira Mariano, de 63 anos, no Largo do Boiadeiro. Ela foi internada no Hospital Federal da Lagoa após apresentar febre. A idosa também faz hemodiálise três vezes por semana e se enquadra no grupo de risco.
Os primeiros sintomas de “Seu Mariano”, ou “Ed”, como era conhecido na Rocinha, começaram a surgir na quarta-feira (25/03). Ele foi até a UPA da Rocinha com tosse, dor de cabeça e febre alta. No local, ele foi diagnosticado com pneumonia. O aposentado retornou à UPA três dias depois pois os remédios – antibiótico e dipirona – para tratar os danos no pulmão e a febre não fizeram efeito.
Seu Mariano foi examinado novamente e liberado para voltar para casa no último sábado. Na segunda-feira (30/03), o idoso acordou com falta de ar durante a madrugada e foi levado pelo filho para a Coordenação de Emergência Regional (CER) Professor Nova Monteiro, anexo ao Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon.
Mariano faleceu por volta das 9h da manhã. Na certidão de óbito, foram mencionadas duas doenças preexistentes: “diabetes mellitus tipo 2” e “hipertensão arterial sistêmica”. Por causa da suspeita de coronavírus, o idoso não teve direito a velório. O Ministério da Saúde recomenda que, nestes casos, o caixão deve permanecer fechado por todo o tempo.
O corpo de Antônio Edson Mesquita Mariano foi cremado na terça-feira (31/03) no Cemitério da Penitência, no Caju.
Apoie o jornalismo de favelas. Apoie o Fala Roça.
Fazer jornalismo na favela é um imenso desafio. Nós sempre fizemos nossas matérias abordando diversos aspectos da Rocinha. Seja no jornal impresso ou no site. Contribuindo com o Fala Roça, você estará fortalecendo o jornalismo feito na favela, independente, e com um olhar de quem nasceu e mora até hoje no morro. Pode dar essa moral? ?