Tudo novo: reforma do Camelódromo da Rocinha custará mais de R$ 1 milhão
A Prefeitura do Rio deu início às obras de recuperação do Mercado Popular da Rocinha. O camelódromo fica localizado nos acessos à Rocinha, ao lado da saída da estação do Metrô de São Conrado e garante, há 17 anos, o sustento de centenas de famílias, a maioria moradoras locais.
O projeto de revitalização do espaço está a cargo da Empresa Municipal de Urbanização (Rio-Urbe) e conta com o apoio da Subprefeitura da Zona Sul. Os investimentos giram em torno de R$ 1,3 milhão. A reforma vinha sendo estudada desde 2021, conforme noticiado pelo Fala Roça.
O que será feito
A Rio-Urbe vai fazer a substituição da lona de cobertura do mercado por uma nova, de características parecidas, e a construção de obstáculo para proteção dos boxes para a Auto-Estrada Lagoa Barra. Toda a rede de instalação elétrica vai ser refeita, com revisões dos quadros elétricos e a previsão de novos relógios para as lojas instaladas pós-inauguração (aproximadamente 55 boxes). O sistema de prevenção e combate a incêndio também vai ser revisto e passará por readequação. O prazo é que as obras sejam finalizadas até o fim do ano.
Inaugurado em 2004, o Mercado Popular da Rocinha conta com cerca de 200 boxes. No espaço, vende-se de tudo, desde roupas, cosméticos, bijuterias e até produtos eletrônicos, como celulares e televisão. No local funcionam, também, biroscas e lojas de assistência técnica que prestam serviços especializados de reparo e manutenção de computadores e notebooks.
“Vamos dar uma nova cara ao Mercado Popular. Deixar mais organizado. Afinal, a Rocinha é a maior favela da América Latina, seus moradores merecem um local bonito para trabalhar e, além disso, é um local turístico também, precisava dessa reforma”, salientou o presidente da Rio-Urbe, Armando Queiroga.
Patrimônio da cidade
O modelo do mercado popular na Rocinha é inspirado no Mercado Ver-o-Peso, em Belém, no Estado do Pará. O camelódromo foi inaugurado há 16 anos, dias depois das eleições municipais de 2004. Visto de cima, o Mercado Popular da Rocinha lembra um guarda-chuva ao contrário. A lona tensionada é o mesmo material que pode ser encontrado na cúpula do Rock in Rio e no Circo Voador, na Lapa.
Em 2021, o prefeito Eduardo Paes sancionou a lei que estabelecia o tombamento do Mercado Popular da Rocinha. A iniciativa, uma reivindicação antiga dos camelódromos, garantiu que a área seja reconhecida por seu relevante interesse social e cultural, sendo considerada Patrimônio Imaterial da cidade. A medida também dá mais segurança econômica aos trabalhadores que fazem o seu sustento há décadas na entrada da favela. A assinatura ocorreu na quadra da Acadêmicos da Rocinha, diante de dezenas de trabalhadores.