Entre os mais de 100 mil habitantes da Rocinha, qualquer gesto de amor faz diferença. Com a frase “a inclusão começa no coração”, que também é um lema de vida, Paulo Roberto, de 30 anos, distribui carinho e solidariedade pela favela. Cria da Rocinha, o pintor criou o projeto Gestos de Amor que arrecada brinquedos, alimentos e outros tipos de ajuda para pessoas com deficiência. Segundo ele, o trabalho ganhou forma depois que teve contato com uma professora no prédio Rinaldo de Lamare. 

“Quando eu era criança, junto com a minha mãe, fazíamos entregas de alimentos e sopa na rua. Na Rocinha, começamos com campanhas de arrecadação de caixas de bombom, brinquedos, ações no dia das crianças e fim de ano. Mas foi em 2013, no Rinaldo de Lamare, que conheci uma professora chamada Cristina, que dava aulas para crianças com deficiência. E eu logo me apeguei e quis ajudar de todas as formas aquelas pessoas e as famílias”, declarou. 

Atualmente, o projeto beneficia 120 crianças com deficiência com doações de fraldas, leite em pó, cestas básicas, entre outros itens.

Cerca de 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, de acordo com o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Isso representa 25% da população. E, para Paulo Roberto, que já tinha um projeto chamado Gestos de Amor, que atendia outras pessoas, criar uma identidade visual diferente, acrescentando uma cadeira de rodas, e direcionar essas ações para pessoas com deficiência foi fundamental.

“Como eu já fazia esse trabalho na comunidade, eu tinha uma logo com um coração e, para não confundir e ter uma organização melhor, decidi acrescentar uma cadeira de rodas. Em seguida, muitas famílias começaram a aparecer e eu também fui atrás dessas pessoas que precisam de ajuda e não só crianças, mas adultos também. E eu percebi que não existia nenhum projeto parecido na Rocinha”, explicou Paulo.


Meta para 2021

Durante esses anos, o Gestos de Amor já atendeu cerca de 200 pessoas. Agora, o sonho de Paulo é montar um parque adaptado para, onde crianças e adultos com algum tipo de deficiência possam utilizar.

“Criei um projeto para que eles tivessem acesso à piscina do Complexo Esportivo da Rocinha e, hoje, meu sonho é criar um parque adaptado para eles. E o que mais me motiva a continuar é que ninguém nunca olhou para essas pessoas, que são totalmente excluídas da sociedade. E poder fazer esse trabalho e mobilizar outros me enche de orgulho”, finalizou.

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