Abaixo-assinado pede o retorno do programa do ‘Ônibus da Liberdade’ na Rocinha

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Mais de 800 moradores da Rocinha e Vidigal já assinaram um abaixo-assinado desde o início do ano pedindo o retorno do programa Ônibus da Liberdade, criado em 2004, pela Prefeitura do Rio. A iniciativa tem o apoio da Associação de Moradores da Rocinha, Associação de Moradores do Vidigal e de responsáveis dos alunos das duas favelas.

A mobilização surgiu após os responsáveis dos alunos procurarem o Conselho Tutelar para denunciar a necessidade da volta do programa. O órgão recebeu muitas solicitações e reuniu organizações comunitárias para tentar solucionar o problema.

Suspenso há anos, o projeto transporta gratuitamente alunos das escolas da Rede municipal localizadas em áreas onde não existe atendimento de transporte público coletivo ou em outras onde o transporte de passageiros opera com intervalos que não atendem à necessidade de deslocamento dos estudantes, tendo em vista a concentração deles nos horários de entrada e saída dos turnos. 

Durante uma audiência pública realizada na Câmara Municipal do Rio em novembro de 2022, o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, disse que em 2023 seriam disponibilizados 270 ônibus, além de 32 vans e 23 ônibus adaptados para atender os alunos da educação especial por meio de contratos de locação com empresas de transportes.

“Está muito precário o transporte para as crianças da Rocinha, não há condições de bancar transporte para as crianças. As crianças e adolescentes ficam expostos, pois muitas vezes os motoristas não param” afirmou Maíra Rangel, moradora da Rocinha.

Segundo o Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática da Cidade do Rio de Janeiro, a prefeitura prevê o aumento do número de rotas, criação de novas linhas para atender mais crianças, a expansão do modelo para outras regiões e universalizar o acesso ao transporte escolar até 2026. Mas para a comunidade escolar o direito à educação é urgente.

Na petição, outras moradoras da Rocinha publicaram suas indignações. “Tenho um filho com síndrome de Down que estuda no Leme e é um parto para chegar na escola com ônibus lotado”, disse Márcia Freitas. Já Natamila Oliveira criticou as condições precárias da linha 538, que faz o trajeto entre a Rocinha e Leme, passando por Botafogo. “Os ônibus na Rocinha estão precários, o 538 lata velha, sem ar, sem poltronas e só passa de segunda a sexta exceto feriados e fim de semana.”.

Representantes das associações de moradores e responsáveis por estudantes entregaram o abaixo-assinado à Secretaria Municipal de Educação. O caso está sendo acompanhado por vereadores do Rio. Contatada, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou por telefone ao Fala Roça que o programa não atua mais na região e não há previsão de retorno.

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