Censo 2022: Rocinha é a favela mais populosa do país, aponta IBGE

Novos dados do IBGE sobre favelas e comunidades urbanas mostram que Rocinha superou Sol Nascente (DF)
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A Rocinha segue na primeira posição entre as favelas mais populosas do país, de acordo com dados do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São cerca de 72.021 moradores. Em seguida, vêm outras favelas do Brasil, como Sol Nascente (DF), com 70.908 habitantes, e Paraisópolis (SP), com 58.527 pessoas.

“A lista das 20 favelas com o maior número de domicílios particulares permanentes ocupados é ligeiramente diferente das 20 mais populosas: a Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ), líder em número de moradores, também apresentou o maior número de domicílios particulares (30.371 unidades)”, divulgou o instituto.

Em coletiva realizada no ano passado, o então presidente do IBGE apresentou dados preliminares do Censo indicando que Sol Nascente, no Distrito Federal, superaria a Rocinha, em número de habitantes — informação que foi amplamente replicada.

No entanto, os dados definitivos do Censo de 2022, agora com tratamento estatístico completo, que inclui a imputação de média de moradores em domicílios fechados e outras técnicas de ajuste, confirmam que a Rocinha é, de fato, a maior favela do Brasil.

Novos dados sobre as favelas

No país, o IBGE contabilizou 12.348 favelas e comunidades urbanas, com 16,3 milhões de pessoas, o que representa 8,1% da população nacional. Também há mais pessoas jovens morando nas favelas. A média de idade é de 30 anos, enquanto no país é de 35 anos.

A proporção étnica é de 72,9% de pretos e pardos residindo em favelas, contra 26,6% de pessoas que se declararam brancas. “Entre os Censos de 2010 e 2022, seja na população total ou na população residente em favelas e comunidades urbanas, diminuiu a proporção de pessoas que se declararam de cor ou raça branca e cresceu a proporção de pessoas que se declararam pretas ou pardas”, aponta o instituto.

Quando o assunto é esgotamento sanitário, as favelas e comunidades urbanas registram um percentual de 74,6%, enquanto no âmbito nacional é de 77,4%. O Rio de Janeiro figura entre os estados com maiores percentuais. A coleta de lixo também foi analisada, e nas favelas e comunidades urbanas esse serviço era prestado a 96,7% dos domicílios particulares permanentes ocupados. Esse número é maior que a média do país (91,7%), considerando as áreas rurais.

Segundo o IBGE, favelas e comunidades urbanas apresentam uma presença maior de estabelecimentos religiosos. “Proporcionalmente, nas favelas e comunidades urbanas havia 18,2 estabelecimentos religiosos para cada estabelecimento de saúde e 6,5 estabelecimentos religiosos para cada estabelecimento de ensino.”

O IBGE alterou neste ano a denominação de “Aglomerados Subnormais”, utilizada desde 1991 em censos e pesquisas, para “Favelas e Comunidades Urbanas”. A nova nomenclatura foi definida após amplo debate com movimentos sociais, academia e órgãos governamentais. O Fala Roça foi uma das organizações de favelas que contribuiu para a mudança da nomenclatura.

A alteração representa um retorno ao termo “Favela”, adotado historicamente pelo instituto desde 1950, agora combinado com “Comunidades Urbanas” para incorporar identificações mais recentes.

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