O Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, participou neste domingo (24), de um programa na rádio comunitária Brisa, na Rocinha. Em meio ao clima de tensão devido a confrontos armados que acontecem desde o último domingo (17) e a intervenção das forças armadas na favela, o prefeito recebeu moradores e respondeu perguntas variadas sobre temas relacionados à Rocinha.

Em meio a polêmica sobre a desapropriação do Clube Emoções, nas margens da Estrada da Gávea, o morador e locutor Elias Lira, da Rádio Brisa, questionou se o projeto da construção de habitações populares será concretizado. “O clube seria realocado, ele não irá acabar, vai ser colocado numa área com acústica, bem preparada e boa. Há uma grande necessidade aqui na Rocinha de moradia popular, muitas pessoas na Rocinha estão morando em situação muito ruim. É bom lembrar que na Rocinha ainda há um grande índice de tuberculose porque tem pessoas morando em áreas onde não bate sol. Fica uma umidade tremenda naquela viela”.

Os prédios serão construídos em um terreno situado há um quilômetro da praia de São Conrado e há cem metros da estação de metrô. Os apartamentos terão cerca de 60m² a 70m² com elevadores e lojas no térreo. O terreno não será incluído no preço final da obra. Um apartamento poderá custar até R$ 100 mil com subsídio do governo. Segundo o Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (SECOVIRIO), um apartamento de 60m² em São Conrado custa cerca de R$ 720 mil.

Cultura deficiente

O agitador cultural Tio Li coordena um projeto cultural na Cachopa, próximo ao Campinho. Ele lamentou a falta de instalação de brinquedos nas praças do morro e cobrou uma ação de urbanização dessas praças. De acordo com o secretário municipal de conservação e meio ambiente, Rubens Teixeira, ele pedirá apoio da Fundação Parques e Jardins e da COMLURB para visitar e identificar os problemas dessas áreas de lazer na Rocinha.

O administrador regional da Rocinha, Rommel Cardozo, citou o abandono da Parque Ecológico da Rocinha e a Biblioteca Parque C4 da Rocinha que custou R$ 31 milhões aos cofres públicos. “O Parque Ecológico é um paraíso abandonado na Rocinha. Tem churrasqueira, é um lugar maravilhoso e as famílias da Rocinha poderiam abraçar aquele espaço.”, disse Rommel sugerindo a municipalização dos espaços.

Ajuda federal

Crivella viaja esta semana para Brasília e participará do lançamento do pacote de ações sociais do Ministério do Desenvolvimento Social, que serão implantadas nas favelas do Rio de Janeiro com recursos do governo federal. O prefeito informou que levará o caso da Biblioteca Parque para uma reunião com o ministro Osmar Terra, pois a reabertura desse espaço é “uma dívida do governo federal com nós todos”.

Desde que assumiu a Prefeitura do Rio no começo de janeiro, Crivella fez visitas esporádicas à Rocinha. Com a intervenção federal das forças armadas na região, ele pretende aproveitar o momento para realizar ações de ordem pública com o apoio do secretariado. “A Rocinha está tranquila, não tem problema nenhum. Agora é hora da gente subir o morro. Convencer nossa assistente social, pedreiros, carpinteiros, eletricista, bombeiros, a turma toda porque agora é a hora que a gente tem de fazer as reformas, os consertos e dar uma melhorada em tudo”, disse Crivella.

Assista a transmissão exibida na página de Rubens Teixeira

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