O avião é considerado o meio de transporte mais seguro do mundo. Mesmo assim, muitas pessoas preferem viajar de ônibus. Atenta ao crescimento da Rocinha, que só aumenta desde as décadas de 60 e 70, quando muitos nordestinos vieram para cá, a empresa VRM Turismo criou uma rota entre o Nordeste e a Rocinha. Em parceria com a empresa de ônibus Itapemirim, os veículos transportam os passageiros que desejam fazer esse trajeto.

Um ônibus sai todo sábado da Rocinha e faz uma parada em Rio de Pedras, zona oeste da cidade, para embarque de mais pessoas. Enquanto um ônibus vai em direção ao Nordeste aos sábados, outro ônibus da Itapemirim retorna para o Rio de Janeiro aos domingos. O ponto de encontro para quem sai da Rocinha é embaixo do viaduto, que divide São Conrado com a Rocinha.

Passageiros pesam as malas antes do embarque. (Foto: Michel Silva/Fala Roça)
Passageiros pesam as malas antes do embarque. (Foto: Michel Silva/Fala Roça)

A passagem de ônibus é equivalente ao valor da passagem aérea. Apesar da viagem ser mais demorada, quase três dias, os moradores preferem viajar de ônibus por quatro motivos: as pessoas tem medo de voar; a taxa extra de bagagem é mais barata que a taxa aérea; o passageiro tem a facilidade de pegar o ônibus e descer perto de casa e a última vantagem é que o passageiro não precisa fazer baldeação.

“As pessoas preferem viajar de ônibus porque ao contrário do avião, o ônibus vai parando em diversas cidades do interior. Quando elas viajam de avião, dependendo para onde elas estão indo, precisam embarcar em outra condução até chegar a cidade de destino”, explica Walter Gathy, gerente da VRM Turismo.

José Marques viaja a cada cinco meses para ver a família no Nordeste. (Foto Michel Silva/Fala Roça)
José Marques viaja a cada cinco meses para ver a família no Nordeste. (Foto Michel Silva/Fala Roça)

A facilidade em transportar mercadorias para o Nordeste e pagar pouco pelo trajeto foram alguns motivos que conquistaram o cearense José Marques, de 66 anos, morador da Paula Brito. “Sempre que eu viajo, meus amigos e vizinhos pedem para eu levar algum eletrodoméstico ou roupas para os familiares”, diz ele, que viaja a cada cinco meses através da lei de gratuidade para idosos.

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