“Faço da minha segunda casa aqui na Casa Naná, isso há 18 anos que eu tenho convívio aqui nesse acolhimento para pessoas de terceira idade. Aqui eu só encontrei amizade, respeito e carinho”, conta Maria Dalva de Oliveira, de 77 anos, usuária da Casa Naná.

A casa de convivência Naná Sette Câmara é um espaço de atividades recreativas gratuitas como ioga, dança folclórica, crochê, memória afetiva, pintura, artesanato, coral, passeios e muito mais. São atividades socioculturais gratuitas voltadas para o estímulo da memória cognitiva, musical e criatividade, para pessoas de 60 anos ou mais.

Maria Dalva é uma das integrantes da casa que buscou o espaço de convivência para ter um lugar para sair de casa e permanecer ativa. Ela pôde ver diversos usuários da casa que entraram depois dela e por quais motivos eles iam procurar o espaço de convivência. 

Moradores frequentam aula de pintura na Casa Naná. Fotos: Karen Fontoura

“Eu pude acompanhar pessoas que chegaram aqui depressivas, com dores físicas e na continuação aqui, de está interagindo [com as atividades], estão aí maravilhosas, pessoas que deixaram até de usar medicamentos fortes, devido a esse ambiente bom”, relata Maria Dalva, de 77 anos.

A Casa Naná fica no Centro de Cidadania Rinaldo de Lamare, no 11º andar, e conta com corpo técnico de nutricionistas, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, psicólogos e agentes experientes. O espaço de convivência faz parte da Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida.

Busca por acolhimento

Atualmente, tem 332 pessoas cadastradas, a maioria das pessoas são da Rocinha, Vidigal e Vila Canoas, procuram o ambiente para fazer as atividades recreativas, socializar ou para realizar os atendimentos, segundo o supervisor Luiz Felipe Santos.

“A Casa Naná tem o objetivo de trazer alegria para o idoso, para que eles envelheçam de forma saudável, não só fisicamente, como mentalmente também, através das atividades físicas e cognitivas”, explica o Luis Felipe, de 40 anos, morador da Rocinha.

Os usuários que buscam a casa tem queixas semelhantes sobre a vida, que estão deprimidos, solitários, inseguros por não ser mais úteis e de se tornar um problema para família. 

“Um ambiente como a Casa Naná é essencial na terceira idade, traz a segurança que eles fazem parte da sociedade, que eles têm muito a oferecer ainda, que são importantes, são a nossa raiz e alicerce”, opina Leinha Gonçalves, de 49 anos, moradora da Rocinha e dinamizadora da Casa Naná.

Agentes experientes 

“Pra mim é uma grande coisa que fizeram, pois podemos estar aqui trabalhando com uma ajuda de custo, eu fico muito satisfeito quando venho para cá e honro a minha blusa de trabalho. Ajudamos na recepção, ajudamos os novos usuários, sempre atentos às necessidades da casa e tudo dentro da nossa capacidade”, explica Dirceu Gonçalves, de 80 anos, Agente Experiente do projeto há sete anos.

O projeto Agente Experiente é uma medida que visa valorizar a experiência e a potencialidade da pessoa idosa a partir de 60 anos, feita pela Prefeitura do Rio de Janeiro. A carga horaria de 16 horas semanais e com uma bolsa de 350 reais mensais. Na Casa de Convivência Naná Sette Camará tem três agentes experientes. Eles também são usuários da casa. 

Durante a festa julina das vovós e vovôs na Casa Naná, realizada no dia 26 de julho, o Secretário Junior da Lucinha, responsável pela Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, afirmou que até o fim do ano as sete casas de convivência já existentes, incluindo a Casa Naná, vão atender pessoas a partir de 50 anos ou mais.

Festa movimenta espaço da casa. Fotos: Karen Fontoura

A Casa Naná Sette Câmara faz parte do Projeto das Casas de Convivência e Lazer para Idosos e foi fruto de um convênio feito em 2004, entre a Secretaria Municipal de Assistência Social e a ONG Obra Social do Rio de Janeiro. 

Os assistentes sociais que trabalhavam na Casa Naná divulgaram nas favelas próximas, como Rocinha, Vidigal, Vila Canoas, atraindo os idosos que eram moradores dessas localidades, e outros bairros.

Além da Casa Naná, existem mais outros seis espaços de convivência, sendo dois na Zona Sul, na Gávea e em Botafogo, já os outros espaços estão na Tijuca, Penha, Madureira e Santa Cruz. 

Para fazer parte do projeto, os moradores do Morro devem ir até o local com documento de identidade, atestado médico para fazer atividade física, CPF, comprovante de residência, foto 3X4 e a caderneta de vacinação para inscrição. O horário de funcionamento da Casa Naná é das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira, exceto feriados.

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