Children with disabilities have faced difficulties in following the virtual classes and teaching materials offered by the City of Rio. But other challenges are greater: many of these children do not have access to the internet and have illiterate or functionally illiterate parents who are unable to help their children with the few lessons that are available via the messaging app.

Currently, 641,564 students are enrolled in the municipal education network. Of these, around 4,000 are special education students. There are 4 Inclusive Special Education (EDI) units in the city, one of which is in Rocinha. The person in charge of one of the day care centers that operate in Rocinha did not want to be identified, telling Fala Roça that one of the biggest difficulties faced is the technological limitation of families: “Many do not know how to use WhatsApp very well, much less Microsoft Teams and Google Classroom, platforms that were in use in the municipal network”, regrets the employee of the day care center.

The founder and educator of the Center for School Reinforcement and Literacy With Inclusion (CREACI), Simone Menezes, carries out pedagogical activities with children and guardians who have autism, Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) and other special needs. The educator makes use of recyclable materials to promote low-cost ludic teaching for these children. After the beginning of social isolation, Simone and her parents feared that the children would take a step back in relation to the evolution they had had, both in learning and in social interaction and food selectivity.

“I made a plan that, in my mind, would work very well, but a mother sent me a message saying: “Simone, I’ve been trying since 1 pm, it’s already 6 pm and my daughter hasn’t been able to do anything”. Due to the parents’ despair at not being able to pass on the prepared content, the educator decided to resume classes with reduced schedules and relays, use of adapted masks, redoubled hygiene of the place and use of alcohol gel.

Disabled child being cared for at the educational center created by Simone Menezes. Photo: Collection/CREACI

“Eu tive que receber os alunos por conta do grito de desespero desses pais. Tive que voltar com as atividades, não teve jeito. Ficamos entre a cruz e a espada. Ou você encara a pandemia de uma forma consciente, com a máscara, com o uso do álcool ou você simplesmente deixa a criança pra lá, ela pira, surta. E aí, como é que ela volta pra escola?”, desabafa Simone.

Uma das mães em desespero é Tatyana Azevedo, responsável por uma menina 2 anos, diagnosticada com autismo. Ela obteve uma melhora com terapia e atividades pedagógicas na reforço escolar comandado por Simone Menezes. Segundo Tatyana, o contato visual e a concentração da criança progrediu. “Hoje, o desenvolvimento da Anny eu devo a ela. Conseguiu desfraldar a Anny Sophia e tirou sua seletividade alimentar. A evolução é nítida. Na pandemia, ela não teve nenhum apoio da creche municipal, nem material adaptado”, enfatiza a mãe.

Apesar da Secretaria Municipal de Educação encaminhar materiais didáticos para as creches atendidas pela prefeitura, uma delas optou por não utilizar as plataformas oferecidas pelo órgão pois, muitos responsáveis, mesmo os mais jovens, não sabem ler e todos os recados e materiais precisam ser enviados por áudio. 

A creche prepara um resumo do material de forma mais simples e fácil de se fazer em casa, como brincadeiras e atividades que possam ser realizadas com reciclagem, com auxílio de vídeos. A responsável da creche comenta também que a importância maior no caso dessas crianças é de se manter um vínculo, pois são pequenos e tiveram um curto período de adaptação.

Na escola Pequena Cruzada, o cenário não é diferente. A unidade escolar atende diversas crianças da Rocinha. Cerca de 17 crianças possuem alguma deficiência. Para a assistente social da instituição, Aline Lourenço, a dificuldade de acesso e assimilação do conteúdo, vai além dos problemas de acesso a internet ou grau de escolaridade dos responsáveis.

“O perfil das famílias [da instituição] são de moradores de comunidade, trabalhadores informais, mas a ocupação do trabalho mesmo informal é de subemprego, então a gente vai ter mães domésticas, diaristas, um número enorme de famílias que tem pai como porteiro, essa pandemia deu uma rasteira nessas famílias. Se tinham duas pessoas trabalhando, agora tem uma trabalhando. E se tinham duas no informal, agora tem 1 no informal”, ressalta a assistente social, que complementa sobre o uso de internet: “Não adianta eu ter [acesso a rede] 4G e na minha casa, num bequinho na Rocinha, esse 4G não funcionar. Os meus dados móveis não vão suportar a abertura do aplicativo, a criança não vai concentrar o tempo suficiente que funciona a internet naquela hora que você abre o aplicativo. São muitas demandas, muitas dificuldades de acesso”.

Em relação a crianças com deficiência, o Governo Federal chegou a disponibilizar uma cartilha online, na qual os pais podem aprender a como fazer atividades com essas crianças durante a pandemia, tanto para ensinar quanto para criar algum entretenimento. Apesar de ser bem didático, o material perde funcionalidade pois muitos pais e mães são analfabetos. A cartilha deveria ser mais intuitiva, ser auto explicativa de forma que não fosse necessário saber ler para poder repassar aquelas informações para os responsáveis das crianças e isso se aplica também às tarefas que são repassadas pelas instituições de ensino.

O que diz a prefeitura

O Fala Roça procurou a Secretaria Municipal de Educação, mas não obteve retorno sobre como está sendo feito o atendimento de crianças com deficiência e suporte aos responsáveis. Nesta quarta-feira (5/8), a Prefeitura do Rio lançou um aplicativo chamado Escola.Rio onde pretende oferecer novas possibilidades de ensino e aprendizagem voltada para alunos, pais e responsáveis da rede municipal de ensino.

According to the secretary of education, “the internet is free for those who belong to the Municipal Network, that is, there is no consumption of data from the user’s equipment. In addition to remote activities, through the application it is possible to access the students’ report cards and attendance, school calendar and lunch menu. Soon, new functionalities will be implemented, such as the students’ virtual card, notification from the school to those responsible and various declarations, among others.”

The Municipal Secretary of Education, Talma Romero Suane, reported that there is still no date for the resumption of classes in schools in the municipal education network.

*Ingrid Farias, local correspondent under the supervision of Michel Silva in the Fala Roça micro-scholarship program, in partnership with Reporters Without Borders – Brazil

Assine nossa newsletter

Receba uma curadoria das nossas reportagens.

VOCÊ TAMBÉM PODERÁ GOSTAR

Rocinha lidera nº de casos de coronavírus em favelas no Rio; já são 34 infectados

34 moradores da Rocinha estão infectados com o novo coronavírus, o covid-19,…

Tomógrafo ficará em igreja e depois será instalado na UPA da Rocinha, diz Crivella

Crivella disse que precisa colocar o tomógrafo para funcionar em uma semana

Em 3 dias, 50% de pacientes de clínica particular testam positivo para Covid-19 na Rocinha

Testes positivos de Covid-19 em clínica particular na Rocinha contrariam dados públicos

Prefeitura inaugura Memorial da Luta contra a Covid-19 na Rocinha

Uma placa para homenagear a juventude carioca que se empenhou no combate…