A Associação de Comunicação Fala Roça foi um dos vencedores do edital Fomento à Cultura Carioca – FOCA. A lista foi publicada no site da Secretaria Municipal de Cultura nesta terça-feira (30/11). Os projetos aprovados foram avaliados por uma comissão composta por 60 especialistas da sociedade civil. 

O apoio financeiro permitirá a reformulação do Mapa Cultural da Rocinha em 2022. O projeto foi criado em 2016 pelo Fala Roça e o mapeamento reuniu informações sobre 100 espaços culturais e pontos notáveis da Rocinha, como centros sociais, espaços educativos e áreas de lazer.

Entre 2014 e 2016, o Rio de Janeiro sediou dois megaeventos: a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016). Na época, autoridades do Rio de Janeiro pediram ao Google para reduzir a presença das favelas no mapa da cidade. Uma espécie de remoção virtual. O que era favela foi substituído por “morro”. Outras favelas foram completamente apagadas.

“É impossível pensar um Rio de Janeiro sem a Rocinha. É daqui que sai parte significativa da força que move essa cidade. Com o mapa vamos poder afirmar isso também em relação à cultura. A Rocinha é gigante em todos os aspectos e está em todo lugar! O mapa vai catalogar e reunir toda essa potência em um único lugar. Estamos felizes em poder construir mais uma janela da Rocinha para o mundo.”, afirma Michele Silva.

Com a pandemia de covid-19, o cenário mudou bastante. Projetos foram encerrados, centros sociais assumiram novas demandas locais e novos projetos ocupam lacunas que não eram preenchidas há anos. O novo mapeamento permitirá apresentar um panorama da produção cultural na Rocinha.

“São 6 anos de intensas transformações na cena cultural da Rocinha. A falta de editais e o agravamento da pandemia causaram grandes choques nas organizações culturais e em seus membros. Se antes nosso objetivo era botar a favela no mapa, agora o novo mapeamento do Fala Roça permitirá ver o que ainda existe, como as organizações estão sobrevivendo, onde estão os atores culturais, entre outras respostas.”, explica Michel Silva, um dos coordenadores da primeira versão do mapeamento.

Sobre o FOCA

O programa vai disponibilizar aproximadamente R$ 20 milhões a mais de 300 projetos culturais, abrangendo toda a cidade. O edital possui duas linhas de ação: diversificar as categorias do projeto e descentralizar/democratizar o acesso por territórios.

Mais da metade dos aprovados (51,54%) vêm das zonas Norte e Oeste. De 5.478 projetos inscritos, ao menos 38,5% vieram do subúrbio e de favelas. Os contemplados terão até um ano para executar e apresentar o projeto. 

“No meio da pandemia trouxemos o fomento de volta e democratizamos o acesso. É para isso que um governo deve existir”, ressalta o secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini. “Um reflexo da paralisação do setor e da falta de auxílio em nível federal.”.

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