Na última semana de novembro, o mês em que se celebra a consciência negra, o Fala Roça recebeu uma moção na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio de Janeiro. A presidente da Comissão Especial de Combate ao Racismo, vereadora Monica Cunha (PSOL), foi a responsável por entregar a moção [uma carta] de reconhecimento e louvor. O documento foi concedido pelo comprometimento do Fala Roça na promoção de uma comunicação antirracista, voltada para as pessoas que residem na Rocinha.

Mais de 160 veículos de comunicação e produção de conteúdo antirracista foram homenageados durante o evento. Entre os homenageados estavam Gizele Martins, Jessica Pires, Raphael Vicente e Pamela Carvalho. O cofundador do Fala Roça, Michel Silva, também foi agraciado com a moção.

“É difícil ver jornalistas e comunicadores negros recebendo premiações ou homenagens nas premiações de jornalismo no Brasil. Um país onde a maioria da população é negra e não somos homenageados vivos. O ato de entregar moções para vários jornalistas e comunicadores negros mostra que somos muito importantes e necessários para a democracia”, desabafa Michel Silva.

Michel Silva, cofundador do Fala Roça, recebeu a moção e representou a equipe no evento. Fotos: Caio Oliveira

A cerimônia teve como propósito destacar e parabenizar o esforço dedicado à construção de uma narrativa antirracista na Rocinha e além, que vem sendo consolidada ao longo do tempo. O cofundador do Fala Roça, Michel Silva, de 30 anos, que representou a organização no evento, falou sobre o reconhecimento:

“Esse reconhecimento é fruto de um trabalho que desenvolvemos há 10 anos na Rocinha, produzindo conteúdos antirracistas que jamais veríamos nas mídias comerciais se não fossem as mídias das favelas. A moção engrandece os comunicadores e mostra que o que fazemos é importante e relevante na construção de uma sociedade antirracista”, destaca o jornalista.

A importância da celebração também se dá pela disputa de narrativas que as pessoas da comunicação de favelas e das periferias têm traçado para contrapor outras mídias, com valores comerciais e lucrativos, que diariamente introduzem estereótipos pejorativos aos moradores de favelas.

“O jornalismo feito por nós nas favelas e periferias é fundamental porque traz perspectivas que não são contadas por mídias comerciais que defendem os interesses das elites políticas e econômicas no país. Aqui no Rio, o trabalho do Fala Roça, do Voz das Comunidades, Maré de Notícias e tantos outros veículos publicam todos os meses materiais que mostram várias lutas comunitárias que têm na sua raiz a luta antirracista”, finaliza Michel Silva.

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