Washington Castro, de apenas de 27 anos, é a pessoa mais jovem a morrer em decorrência do novo coronavírus na Rocinha. O rapaz faleceu no sábado (18), no hospital municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, onde estava internado para tratar a doença. O jovem havia completado 27 anos no fim de março.

De acordo com familiares, a suspeita é de que Washington Castro tenha se contaminado no período em que estava indo trabalhar. Ele não tinha doenças preexistentes. Religioso e fã de futebol, ele jogava rotineiramente nas quadras da favela. “Um garoto cheio de vida, pai de 2 crianças, um bom esposo, bom filho, ótimo pai. Lutou muito pela vida e infelizmente o vírus ganhou dele”, lamenta a tia, Mel Castro.

Religioso e fã de futebol, ele jogava rotineiramente nas quadras da Rocinha. Foto: Reprodução/Redes sociais)

Amigos que também estudaram com o jovem na infância e adolescência lembraram os momentos nas redes sociais. “Estou sem acreditar! Velhas lembranças da escola, éramos todos pirralhos”, disse um amigo. “A sua partida, tão prematura, foi uma dessas surpresas imprevisíveis do destino que nos tiram o chão. Ninguém poderia imaginar que você nos deixaria tão cedo. Fica com Deus, meu irmão. Sinceramente, até agora sem acreditar”, disse outro.

Mortes que ganharam rostos

Em uma semana, o Fala Roça noticiou mais duas mortes de homens por Covid-19 na Rocinha, sendo um de 43 anos e o outro com 45 anos. Segundo o especialista David Urbaez, o aumento no número de óbitos em menores de 60 anos ocorre porque os jovens estão se expondo mais e negligenciando os sintomas. “Pessoas mais jovens estão mais expostas e, apesar de, estatisticamente, ser mais difícil que esse público evolua para uma gravidade, em números absolutos essa quantidade pode ser significativa. Por isso, o isolamento precisa ser para todos, especialmente para permitir que o sistema de saúde se equipe e que todos tenham acesso se necessário”, ressaltou Urbaez em entrevista ao jornal Correio Braziliense.

No mesmo dia da morte de Washington Castro, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, publicou um decreto que torna obrigatório o uso de máscara para quem sair às ruas,circular nos estabelecimentos abertos ao público, nos meios de transportes públicos ou privados da cidade. O uso das máscaras deve ocorrer também em locais como praias, lagoas e praças.

“É importante dizer que as máscaras que estamos tornando o uso obrigatório são as comuns, feitas em casa. As profissionais, conforme o Ministério da Saúde, vamos deixar para os profissionais da saúde. Se todo mundo for usar a máscara profissional, vai faltar para dentro do hospital. As que estamos pedindo para as pessoas usarem são as caseiras”, disse Crivella durante coletiva no Riocentro, onde está instalado o Gabinete de Crise.

Um mês após a confirmação da primeira morte no estado, a Secretaria de Estado de Saúde divulgou neste domingo (19) que já passa de 400 o número de óbitos no estado. Ainda há outros 185 óbitos em investigação.

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